As Políticas Públicas Cinematográficas e a Produção Brasileira Contemporânea

O presente projeto de pesquisa se propõe a refletir sobre o cinema brasileiro contemporâneo por meio de um duplo aspecto: primeiro, o desenvolvimento de uma política pública de cunho industrialista, baseada nas leis de incentivo fiscais; e o segundo, o surgimento de uma produção jovem radical, à margem do mercado. Dessa forma, desenvolve-se a partir de uma relação dupla: a de descrever e analisar as políticas públicas para o setor cinematográfico a partir dos anos noventa e a de investigar as origens e as características éticas e estéticas de um movimento de renovação no cinema brasileiro contemporâneo, especialmente a partir do início deste século. Esses dois movimentos relacionam-se às transformações do mercado cinematográfico e das tecnologias a nível mundial, que se refletem através de tensões entre as tendências de concentração e acentramento, em que coexiste, especialmente no caso brasileiro, um processo de uniformização da produção cinematográfica, com a presença de um menor número de filmes dominando as bilheterias nacionais, como típicas manifestações de um consumo de massa (as coproduções da Globo Filmes, o estrondoso sucesso de Tropa de Elite 2), e um processo paralelo de florescimento de uma cena plural, interconectada em redes, de jovens realizadores audiovisuais, com uma grande repercussão crítica no país e com a participação em expressivos festivais internacionais.

Prof. Marcelo Ikeda

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