Beatriz Furtado – Realizou pós-doutorado em “Práticas Artísticas e Curatoriais em Obras Fílmicas”, na Faculdade de Belas Artes, da Universidade de Lisboa (2020). e em “Cinema e Arte Contemporânea”, Universidade Paris III- Sorbonne-Nouvelle (2011/2012), com bolsa Capes. Doutorado em Sociologia, pela UFC, com bolsa-estágio, Capes, em Filosofia, na Universidade de Lisboa, Portugal, com tese “Imagens que Resistem – O Intensivo no cinema de Aleksander Sokurov”. Mestrado em Comunicação, pela Universidade Autonoma de Barcelona-UAB, Espanha, sobre “Imagens Eletrônicas e Paisagem Urbana”. Graduada em Comunicação pela Universidade Federal do Ceará. Professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (UFC), da linha de pesquisa Fotografia e Audiovisual, e da Graduação em Cinema e Audiovisual, do Instituto de Cultura e Arte (UFC). Coordenadora do curso de extensão da Escola Pública do Audiovisual, da Prefeitura de Fortaleza. É da coordenação do LEEA-Laboratório de Estudos e Experimentação em Artes e Audiovisual. É autora dos livros “Imagens Eletrônicas e Paisagem Urbana” (Relume-Dumará), “Cidade Anônima” (Hedra) e ” Imagens que Resistem” (Intermeios). Organizou os dois volumes do livro “Imagem Contemporanea” (Hedra, 2009). Junto com Daniel Lins, organizou o livro “Fazendo Rizoma”(Hedra, 2008), e com Philippe Dubois, o livro “Pós-Fotografia, Pós-Cinema”, pelas Edições Sesc, em 2019. Organizou, junto com André Parente e André Brasil, o livro “Imagem e Liberdade”(2020). Tem capítulos de livros publicados em “Deleuze-Cinema, organizado por André Parente; A Sobrevivência das Imagens, organizado Alessandra Brandão e Ramayna Lira de Sousa; e Narrativas Sensoriais, organizado por Osmar Gonçalves. Dirigiu “Catadores”, “Cidade Anônima”, “Passeio”, “Caixa Escura para fazer Imagens de Som “, “Extermínio” e “Um Leito Suave para meu Pai” e “Trabalhos N.1″ e “Lavar o Mar” e “Decretadas” (2022) Fez algumas curadoria, em coletivo e individualmente, das exposições: “Cinema de Pequenos Gestos (des)narrativos” (CCBNB); “Imagens à Superfície”(MAUC/UFC); “Embaralhando os planos: o cinema de Leonardo Mouramateus” (SemTítuloArte); “O fazer cinemas das artes visuais” (CCBNB) e do “Salão de Abril Sequestrado”. Fez Residência de Pesquisa no Macba- Museu de Arte Contemporânea de Barcelona. Organizou o I e o III Encontro Internacional de Imagem Contemporânea e o Simpósio Internacional Pós-Fotografia, Pós-Cinema, o Devir das Imagens Contemporâneas da Arte. Foi do grupo curatorial da Bienal de Par em Par; Festival Internacional Cine Ceará; Noia- Festival Universitário; Festival do Cinema Brasileiro de Brasília, em 2017 e 2018. Juri da Mostra de Tiradentes; do Curta Belo Horizonte e do Doc Cachoeira.
Meus projetos de Pesquisa:
1) Políticas da terra: encontros da universidade com os saberes e fazeres afro-indígenas- Este projeto dá continuidade ao trabalho realizado junto à Formação Transversal em Saberes Tradicionais na UFMG e articula uma rede de alianças e experiências compartilhadas que já se vislumbrava em diversas frentes, entre as universidades federais de Minas Gerais, do Ceará e do Sul da Bahia, e a Teia dos Povos. Especialmente, nos interessa retomar duas experiências desta Formação, as disciplinas Políticas da Terra e Escolas da Terra. Nelas, soubemos das várias lutas pela terra em assentamentos de trabalhadores rurais, comunidades indígenas, em quilombos e terreiros de religiões afro-brasileiras; as injustiças e as várias formas de invenção política que estas comunidades abrigam. No projeto, estas iniciativas se retomam e se desdobram em três conjuntos de atividades: a primeira visa instaurar um processo de pesquisa compartilhada com mestras e mestres de tradições indígenas e afro-brasileiras, ampliando sua presença em uma perspectiva decolonial e, mais ainda, contracolonial na universidade. A segunda frente se refere à edição, publicação impressa e audiovisual e circulação de resultados da pesquisa compartilhada com mestras e mestres. Por fim, em uma terceira frente, daremos continuidade às experiências de formação protagonizadas por mestras e mestres, em cursos oferecidos nas universidades e no Assentamento Terra Vista. Por meio destas ações de pesquisa, publicação e formação, o projeto se esforça por não separar a criação compartilhada de conceitos e as práticas concretas nos territórios. Ele busca conhecer, em suas especificidades, experiências ligadas às lutas pela terra (os assentamentos rurais, as retomadas indígenas e quilombolas, os enfrentamentos das comunidades pesqueiras; os modos de cultivo, de base agroecológica, nos vários biomas), em metodologias que procuram desfazer a divisão persistente entre sujeitos e objetos do conhecimento..
Situação: Em andamento; Natureza: Pesquisa.
2) Retomar as imagens, retomar a história: cinema-processo e luta por direitos em filmes brasileiros contemporâneos – Este projeto parte da atenção à produção contemporânea de cinema no Brasil, tendo em vista três aspectos inter-relacionados: a autoria coletiva ou compartilhada, a retomada dos arquivos de imagens para a elaboração reversa da história, e a devolução dos acervos às comunidades onde eles foram gestados. Trata-se do desdobramento de uma pesquisa dedicada especificamente aos filmes realizados por diretores ou coletivos indígenas. Aqui, estratégias de criação e elaborações formais percebidos no âmbito do chamado cinema indígena são correlacionadas a experiências fílmicas em outros domínios (filmes realizados em comunidades quilombolas, ocupações urbanas e assentamentos rurais, espaços de religiões afro-brasileiras etc.). Em vários destes trabalhos, notam-se processos de coletivização da autoria dos filmes, que são convocados a participar de relações de socialidade que os constituem e os atravessam. Essa autoria compartilhada passa muitas das vezes pela retomada de arquivos históricos ou recentes que são assistidos conjuntamente pela comunidade, em um movimento de retro-alimentação da criação das imagens. Os arquivos tornam-se objeto de uma experiência de reelaboração coletiva da história, algo que se registra na filmagem e se retoma na montagem. Ao serem feitos de modo engajado em processos de luta e retomada de direitos (à terra, à moradia, à igualdade de oportunidades etc.), os filmes criam acervos que são, muitas vezes, devolvidos às comunidades de origem, induzindo experiências de elaboração das imagens, de modo a incidir em mobilizações no presente destas comunidades. Essas estratégias e operações fílmicas nos permitem pensar uma profícua produção recente sob a chave do cinema-processo, no qual as idas e vindas das imagens entrelaçam o cinema ao vivido, a história ao presente, e os filmes às relações de onde surgem e nas quais intervêm.
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