HISTÓRICO DO CURSO E POLÍTICAS INSTITUCIONAIS
A criação do Curso de Bacharelado em Cinema e Audiovisual foi uma iniciativa da reitoria da Universidade Federal do Ceará, articulada pelo antigo Departamento de Comunicação Social, que tomou para si a tarefa de dar sequência a uma proposta que se expressava como uma reivindicação de diversos setores da sociedade civil e, em especial, da comunidade acadêmica e dos segmentos organizados em torno das práticas e do pensamento do audiovisual e do cinema. O curso foi criado em julho de 2009 e recebeu a primeira turma de estudantes em março de 2010. O Curso de Cinema e Audiovisual integra a Unidade Acadêmica Instituto de Cultura e Arte – ICA, sendo um dos onze cursos de graduação dessa unidade. Além da graduação, o ICA atua na pesquisa e na formação de alto nível por meio dos programas de pós-graduação que contemplam as áreas de Artes, Comunicação, Filosofia e Gastronomia.
O Curso institui-se em diálogo com o entendimento nacional de que o cinema e o audiovisual são fronteiras estratégicas do desenvolvimento socioeconômico; fonte de conhecimento e área de atuação de inovação científica e tecnológica; área estratégica para as políticas públicas no Brasil, voltada para a expansão do conhecimento e para a inclusão social e digital; base de tecnologias contemporâneas de informação e comunicação.
Há um quadro de significativa importância em relação aos movimentos da sociedade para a formação e produção na área do Cinema e do Audiovisual. Surgiram na primeira década dos anos 2000 em torno de dez organizações não governamentais que trabalham de forma regular na área do audiovisual, tais como: Encine, Fábrica de Imagens, Alpendre, Acartes, Aldeia, Edisca, Instituto da Cidade, Cepema, Amanda e a CUFA. Boa parte da produção dessas organizações vem sendo absorvida pelas televisões públicas, como a TV Ceará, a TV Assembleia e a TV Câmara. Outra parte deságua nos festivais, que são hoje centenas no Brasil e milhares no mundo. Apenas para tomar uma referência local, temos o Cine Ceará (1ª Edição em 1991), um projeto da Universidade Federal do Ceará; o Nóia, Festival Universitário (1ª edição em 2002); o For Rainbow, da diversidade sexual (1ª Edição em 2007); e a Mostra Percursos (1ª edição em 2011), iniciativa do Curso de Cinema e Audiovisual da UFC.
Em Fortaleza, desde o fim da década de 1990, foram frequentes as tentativas de atender a uma demanda de formação, mas apenas com cursos de extensão ou de formação básica, embora nem sempre regulares. A Casa Amarela, equipamento da Universidade Federal do Ceará, era a única Instituição que mantinha desde 1971 cursos de curta duração na área do audiovisual. Houve a experiência de formação com o Instituto Dragão do Mar de Arte e Cultura, com cursos básicos e colégios com dois anos de duração que foi desativado no governo Lúcio Alcântara (2002-2006).
Em 2006, a Prefeitura de Fortaleza, em parceria com a UFC, representada pelo antigo Departamento de Comunicação Social, criou o “Curso de Realização em Audiovisual” (Escola Pública de Audiovisual da Vila das Artes), com duração de dois anos, dando os primeiros passos no sentido de criar a graduação. Dois anos depois, a UFC implementou o “Curso de Especialização em Audiovisual para Meios Eletrônicos”. No mesmo ano, com o início das atividades do Curso de Bacharelado em Audiovisual e Novas Mídias da Universidade de Fortaleza (Unifor) e do Curso de Mestrado em Comunicação da UFC, tendo como uma de suas duas linhas “Fotografia e Audiovisual”, os estudos do campo do cinema e audiovisual encontraram um lugar mais estável para o desenvolvimento da reflexão e do fazer. A criação do Curso de Bacharelado em Cinema e Audiovisual da UFC, com o ingresso da primeira turma em 2010, veio ampliar esses lugares integrando uma maneira particular de pensar e fazer cinema e audiovisual, baseada na concepção de realização criadora, formando pessoas capazes de manusear as técnicas de sua área e de refletir sobre suas práticas.
Cabe destacar que a região Nordeste concentra 21 cursos superiores na área de Cinema e Audiovisual, entre bacharelados e tecnológicos, a maioria deles no estado da Bahia.2 O Ceará conta com 2 cursos de graduação em Cinema e Audiovisual, um dos quais oferecidos pela UFC, com 40 vagas anuais e entrada vinculada ao Sistema de Seleção Unificada (SISU). Do total de vagas, 50% são destinadas a políticas afirmativas, com vagas reservadas a candidatos cuja renda familiar bruta per capita mensal seja menor ou igual a 1,5 salário mínimo, autodeclarados Pretos, Pardos e Indígenas (PPI) e também para pessoas com deficiência (PCD). Em todos os casos, os beneficiados com as políticas afirmativas são egressos do ensino médio público.
No curso de Cinema e Audiovisual da UFC, os estudantes são recebidos por um corpo docente formado por 12 (doze) professores concursados e contratados em regime de dedicação exclusiva. As aulas acontecem em quatro salas específicas: três delas equipadas com sistema de projeção e som e um laboratório de mídias digitais. O apoio das aulas e das atividades estudantis é feito pelo Setor de Audiovisual do curso, com 3 (três) técnicos especializados que atuam no empréstimo, na manutenção e no suporte de utilização de equipamentos. Além da infraestrutura específica, os estudantes têm acesso aos outros espaços do ICA, assim como podem cursar disciplinas optativas e optativas livres em diferentes cursos do Instituto e da UFC. Desse modo, o curso mantém o atendimento das demandas estudantis por formação em quantidade e qualidade necessárias.
Desde o início das atividades do curso em 2010.1, discentes realizam filmes de curtas- metragens, participam de editais com sucesso e apresentam seus trabalhos em mostras e festivais no Brasil e no exterior. Dentre eles destacamos Mauro em Caiena, de Leonardo Mouramateus, que venceu a categoria “Melhor curta” no Cinéma du Réel – Festival International de Films Documentaires – Centre Pompidou – Paris/França, 2013, e Hoje teci imagens que me habitam há muito tempo, de Nilo Rivas, que venceu a categoria “Melhor documentário [filme-ensaio]” no Ojo Vertov – Lima/Peru, 2018 e esteve também no Festival Universitário de Gramado. Outros curtas-metragens realizados por estudantes, produzidos a partir das disciplinas do curso, foram exibidos em mostras e festivais de destaque no cenário audiovisual contemporâneo brasileiro, tais como Janela Internacional do Cinema (Recife), Festival Internacional de Curtas (Belo Horizonte), Mostra do Filme Livre (Rio de Janeiro), Mostra de Cinema de Ouro Preto (CineOP), entre outros. Os trabalhos de nossos discentes também marcaram presença em festivais especificamente relacionados ao cinema universitário, como o Festival Brasileiro de Cinema Universitário (FBCU/RJ), o Festival Primeiro Plano (Juiz de Fora) e o Festival Nóia de Audiovisual Universitário (Fortaleza), no qual, em 2017, o vencedor do prêmio de Melhor Filme pelo Júri Popular foi o curta metragem Simbiótica, dos estudantes Gabriel Marques e Letícia Medina, realizado como uma das atividades da disciplina Oficina de Produção, ofertada no 1° Período do Curso.
Passados mais de dez anos de sua criação, o curso de Cinema e Audiovisual da UFC se constitui como um grande parceiro de diversas instituições, organizações sociais e governamentais: a Escola Pública de Audiovisual da Vila das Artes, da Prefeitura de Fortaleza, e também a Escola de Audiovisual do Bom Jardim, são cursos de Extensão, acompanhados e certificados pela Graduação em Cinema e Audiovisual/UFC. Iniciamos uma relação de aproximação com a Escola de Cinema Indígena, para estabelecer parceiras. Temos uma relação constante com o Porto Iracema das Artes, por meio do trânsito de estudantes e parcerias em eventos da área; do mesmo modo o Cinema do Dragão do Mar constitui parceiro privilegiado, através da realização do projeto Percursos, assim como de outras mostras de cinema. São essas relações que permitem dizer da enorme inserção do curso de Cinema e Audiovisual da UFC no circuito cinematográfico. Nesse sentido, a demanda por formação é cada vez mais um dado relevante para garantir a continuidade de um projeto que estende suas ações de pesquisa, ensino e extensão, abrindo cada vez mais o campo do cinema para diferentes vertentes.
Políticas institucionais no âmbito do curso e ICA
As políticas institucionais da UFC, assim como as específicas do Curso de Cinema e Audiovisual, visam à melhoria da formação de docentes e discentes, o estímulo à ampliação da participação de estudantes no contexto de formação e o combate à evasão. Estudantes de Cinema e Audiovisual têm acesso a Políticas Institucionais da UFC, que serão descritas adiante, no item 13.4 deste PPC relativo ao “apoio discente”. Ressaltamos aqui o que oferecemos para estudantes do ICA em geral, assim como as iniciativas do Curso de Cinema e Audiovisual que atuam nos processos de acolhimento aos estudantes, acompanhamento de estudos, incentivo à permanência, iniciação à pesquisa, apoio a atividades extensionistas.
Apoio Pedagógico: O setor Apoio Pedagógico foi criado no ICA em 2018, ligado à Coordenação de Programas Acadêmicos. Tem por finalidade orientar as coordenações de curso e docentes, em suas atividades voltadas à didática, acessibilidade e os fazeres pedagógicos. O setor tem uma pedagoga à frente de suas atividades, que envolvem o acompanhamento, a orientação, a supervisão e a avaliação da qualidade dos cursos de graduação vinculados ao ICA, com base no resultado da avaliação institucional (auto avaliação da UFC e resultado das avaliações externas realizadas pelo MEC/INEP), com o intuito de subsidiar os ajustes e reformulações dos PPCs e garantir a melhoria da qualidade do ensino, pesquisa e extensão oferecidos.
Setor de Produção Cultural: O setor é formado por três produtores culturais que têm entre seus objetivos: apoiar as atividades artísticas e culturais desenvolvidas nos cursos de graduação do ICA; atuar na integração entre os diferentes cursos do ICA; apoiar o desenvolvimento autônomo de estudantes.
Secretaria Acadêmica do ICA: Criada em agosto de 2018 pela Resolução do CONSUNI Nº 52/2018, a SICA atua em toda a parte operacional da graduação, lidando diretamente com demandas estudantis e liberando as coordenações para se dedicarem melhor às atividades pedagógicas. A equipe da SICA, composta por nove servidores e servidoras técnico-administrativos/as do ICA, realiza atendimentos a estudantes de graduação do Curso de Cinema e Audiovisual, e dos demais cursos de graduação do Instituto, nos três turnos (manhã, tarde e noite), sendo o setor responsável pelo recebimento das demandas estudantis previstas no calendário acadêmico (matrículas, trancamentos, regime especial, aproveitamento de estudos, atividades complementares, defesas de Trabalho de Conclusão de Curso, distinção acadêmica, colação de grau, solicitação de diploma), bem como emissão de declarações, históricos e demais documentos comprobatórios, além de ser o setor responsável pela comunicação direta com estudantes sobre regulamentos, procedimentos, eventos e uso de espaços. A equipe SICA realiza ainda um trabalho de assessoramento direto à coordenação de curso, fazendo relatoria de atas de reunião de colegiado, elaborando ofícios, editais, portarias, solicitando material de expediente. Por fim, a SICA realiza um trabalho de apoio à sala de aula, fornecendo a docentes materiais para uso em sala, impressão e empréstimo de projetores multimídia, bem como o controle de reservas de sala.